terça-feira, 13 de julho de 2010

Melhorando minhas fotos - A Fotografia, parte 1-



Do alto dos 2.300 acessos registrados no contador deste blog, sinto uma alegria e um prazer imenso de saber que este espaço está se tornando um canal de entretenimento e informação para muita gente. Comprometo-me a  levar, cada vez mais, informações a vocês que colocam a fotografia como um modo especial de enxergar a vida, pois é assim que se comporta o fotógrafo; ele registra a cena que lhe atrai compondo e enquadrando a foto segundo seus conceitos de beleza e harmonia.

Este conceito precisa ser absorvido por todos, porque é muito importante imprimir na fotografia a personalidade artística de quem a compôs. A fotografia nos oferece isto - ou seja, a oportunidade para diferenciarmos a cena de que todos vêem para formarmos a nossa, segundo nossos parâmetros e nosso jeito de enxergar o belo. Pensando assim, passaremos a utilizar nossa câmera como ferramenta para observar e compor imagens mais bonitas e mais autênticas.

Estão no "forno", quase saindo, algumas dicas sobre o programa photoshop. Será uma série com alguns vídeos contendo dicas básicas sobre pequenos retoques nas fotografias. Estou certo de que será muito útil para quem gosta de fotografia.

Porém, antes de falar sobre a correção da foto, achei por bem passar algumas informações sobre como produzir boas fotografias, deixando o mínimo de trabalho possível para terminar no software.

Desta maneira, a gente não atropela a didática e prepara melhor a foto para apreciação de todos.
Cada tópico será apresentado em um "post", com a seguinte divisão:


MELHORANDO MINHAS FOTOS:
 
               1:     A Fotografia
               2:     Fotografia e Luz
               3:     Modos de Fotografia
               4:     Fotografia Avançada
               5:     Considerações finais



   A FOTOGRAFIA


A palavra Fotografia vem do grego φως [fós] ("luz"), e γραφις [grafis] ("estilo", "pincel") ou γραφη grafê, e significa "desenhar com luz e contraste"

Por definição, segundo o dicionário Aurélio,  fotografia é, essencialmente, a técnica de criação de imagens por meio de exposição luminosa, fixando esta em uma superfície sensível. A primeira fotografia reconhecida remonta ao ano de 1826 e é atribuída ao francês Joseph Nicéphore Niépce.

Imagem da primeira fotografia permanente do mundo feita por Nicéphore Niépce, em 1826.

Contudo, a invenção da fotografia não é obra de um só autor, mas um processo de acúmulo de avanços por parte de muitas pessoas, trabalhando juntas ou em paralelo ao longo de muitos anos. Se por um lado os princípios fundamentais da fotografia se estabeleceram há décadas  - e, desde a introdução do filme fotográfico colorido, quase não sofreram mudanças - por outro, os avanços tecnológicos têm sistematicamente possibilitado melhorias na qualidade das imagens produzidas, agilização das etapas do processo de produção e a redução de custos, popularizando o uso da fotografia.

Com a fotografia fazendo parte do nosso dia a dia, passamos a ter a imagem em geral, como uma das preocupações que nos rodeia, ou seja: nossa imagem, a dos outros, a da natureza e tantas outras, passa a contar com nossa atenção e ser realmente importante para podermos enfeitar mais nossa vida!

Retratar algo ou alguma coisa de forma bonita e criativa, imprimindo nosso jeito de ver tais coisas, é muito gratificante e nos deixa mais perto dos paradigmas da arte. E é aí que entro; vou passar algumas dicas -com meu pouco e modesto conhecimento em fotografia, mas, com muita boa vontade-, para que todos que acompanharem este trabalho  possam ter uma base para efetuar disparos (cliques) com mais harmonia e equilibrio, resultando em  belas fotos.

Não vamos  discutir aqui características ou diferenças da fotografia analógica e digital, mesmo porque isto demandaria algum tempo e estenderia muito este texto. De mais, o que se busca aqui é o aprimoramento e o enriquecimento do enquadramento em si, tanto fazendo se a fotografia é  analógica ou digital. O resultado será o mesmo.

Alguns conceitos (muito) básicos :

Fotógrafo: É a pessoa que tira fotografia, usando uma câmera. É geralmente considerado um artista, pois faz seu produto (a foto) com a mesma dedicação e da mesma forma que qualquer outro artista visual. Faz parte da cultura brasileira a figura do Fotógrafo Lambe-lambe, profissional que ficava nas praças tirando fotos comercialmente, quando adquirir uma máquina fotográfica era algo muito difícil devido ao seu alto valor comercial.


Câmera fotográfica:Uma câmara ou câmera fotográfica (também chamada máquina fotográfica) é um dispositivo usado para capturar uma imagem , única ou em sequência. O nome é derivado de camara obscura, latim para "câmara escura". Seu formato peculiar deriva-se das antigas observações de Leonardo da Vinci, tido até hoje como o primeiro a descrever os princípios da câmara escura.

Ao nos posicionarmos para uma foto, podemos dispor a câmera de forma que ela fique nas posições horizontal ou vertical. Nas fotografias em que a câmera esteja na posição horizontal, são chamadas de fotos Panorâmicas. "Este formato corresponde à visão humana, que percorre o espaço da esquerda para a direita e oferece melhor controle da câmera. Geralmente é usado em paisagens, cenas gerais e grupos de gente.
Este formato acrescenta uma sensação de estabilidade, de profundidade e distância na imagem"



As verticais recebem o nome de Retrato. "O olho percorre a imagem de cima a baixo. Este formato é usado em imagens com pessoas, retratos ou ações que demonstrem altitude. Esta orientação dá uma sensação de proximidade à ação da imagem. Constantemente estas nomenclaturas aparecem em textos em que o assunto seja fotografia. Aqui mesmo usaremos estes termos para diferenciar foto vertical de horizontal.

A seguir, outros conceitos e definições nesta área: filme fotográfico ou película fotográfica, foto americana, close up, grande close up, iso ou asa, exposição, assunto, foco, distância focal, profundidade de campo, velocidade, abertura, diafragma, obturador... etc

Filme fotográfico ou película fotográfica: 




É como se fosse um tipo de fita constituído por uma base plástica, geralmente triacetato de celulose, flexível e transparente, sobre a qual é depositada uma emulsão fotográfica. Esta, é formada por uma fina camada de gelatina que contém cristais de sais de prata sensíveis à luz, que chega a ela através da lente da câmera. Os sais de prata, quimicamente chamados de haletos ou halogenetos de prata, podem ser mais ou menos sensíveis à luz. Então, há filmes que exigem maior quantidade de luz para registrar as imagens. Outros permitem a captação com menos luz. A essa propriedade dá-se o nome de sensibilidade. (iso ou asa).

Iso, asa ou din: A sensibilidade dos filmes é indicada normalmente por números ISO do International Organization for Standardization, que é uma fusão dos sistemas ASA (American Standards Association, americano) e DIN (Deutsches Institut für Normung, alemão). Como exemplo, um filme ISO 100/21° é um filme com ASA 100 e DIN 21°. Existe ainda um outro sistema da antiga União Soviética, denominado GOST, não sendo mais utilizado hoje em dia. O sistema ISO de classificação da sensibilidade do filme é aritmético: por exemplo, um filme de ISO 400 é duas vezes mais "rápido" do que um de ISO 200, exigindo metade da exposição. Por outro lado, tem metade da velocidade de um filme de ISO 800, necessitando do dobro da exposição deste. No entanto, quanto maior o número ISO, maior a sensibilidade, e maiores são os grãos dos brometos de prata, resultando numa imagem com pouca resolução. A sensibilidade dos filmes mais comuns são: ISO 32, 50, 64, 100, 125, 160, 200, 400, 800, 1600 e 3200.

Exposição: é a quantidade de luz que atinge o filme. Depende da abertura do diafragma e do tempo de abertura do obturador.

Assunto: É o motivo que está sendo fotografado ou a imagem que está sendo refletida e enquadrada no visor da câmera.

Foto americana:

Foto de Cidione Nunes. Aline é a modelo

Existe uma definição, que apesar de ser antiga, ainda prevalece como explicação do motivo pelo qual este tipo de captura é chamado de  americana. Este  nome é dado porque,  à época do velho oeste, as fotografias dos cowboys eram tiradas com o corte localizado à metade da coxa, para que os revólveres fossem mostrados.

Foto em close up e grande close up:


Este tipo de foto (close up), caracteriza-se por valorizar o assunto, ignorando o cenário. No grande close up, destaca-se uma parte bem reduzida do assunto para melhor observação. Nesta modalidade de captura, este isolamento requer  uma iluminação bem equilibrada para valorizar os volumes do detalhe.

Obturador: O obturador é um dispositivo mecânico que abre e fecha, controlando o tempo de exposição do filme (ou do sensor das câmeras digitais) à luz em uma câmera fotográfica. É uma espécie de cortina que protege a câmera da luz, e quando acionado o disparador, ele se abre. Quanto mais tempo aberto, mais luz entra. Ele fica embutido no interior do corpo da câmera após o diafragma. A velocidade do obturador é um dos fatores utilizados para alterar o resultado final de uma fotografia pelo fotógrafo.

Diafragma: O diafragma fotográfico é o dispositivo que regula a abertura de um sistema óptico. É composto por um conjunto de finas lâminas justapostas que se localizam dentro da objectiva e que permitem a regulagem da intensidade de luz/iluminada que irá sair no material foto-sensível. O valor do diafragma se dá através de números, conhecidos como números f ou f-stop, e seguem um padrão numérico universal. Esta escala inicia-se em 1, 1.4, 2, 2.8, 4, 5.6, 8, 11, 16, 22, 32, 44, 64 etc, sendo que, quanto menor for o número f, maior a quantidade que luz que ele permite passar e, quanto maior o número f, menor a quantidade de luz que passará pelo diafragma. Cada número maior, ou seja, mais fechado, representa a metade da luz que a abertura anterior permite passar, assim como a cada número menor, ou seja, mais aberto, permite a entrada do dobro de luz.



Velocidade: A velocidade do obturador ou tempo de exposição, em fotografia, está diretamente relacionada com a quantidade de tempo que o obturador da máquina (câmera) fotográfica leva para abrir e fechar, deixando passar a luz que irá sensibilizar a película fotográfica ou o sensor digital CCD/CMOS e formar a imagem. É fácil  perceber-se que se deixar a máquina a receber luz durante 10 segundos, só vai ficar uma imagem estática e bem definida se nada no cenário que estamos  fotografando se movimentar durante este tempo. Quanto menor o tempo de exposição, menos luz é absorvida no interior da máquina, maior a abertura do diafragma necessária para se obter uma exposição correta. O tempo de exposição é normalmente dado no formato 1 / x , em que X representa uma fração de tempo em segundos.


                          


Abertura: A abertura de uma objectiva fotográfica pode ser ajustada para controlar a quantidade de luz que chega à película fotossensível ou ao sensor digital (CCD — Dispositivo de Carregamento Duplo ou CMOS — Sensor Semicondutor Complementar de Óxido Metálico). Em combinação com variações na velocidade de obturador e sensibilidade da película, o valor da abertura vai regular o nível de exposição (fotografia) à luz. Assim, quanto mais rápida for a velocidade de obturador maior será a abertura necessária para garantir luz suficiente. Inversamente, quanto mais baixa for a velocidade de obturador, menor terá que ser o tamanho da abertura para evitar a sobre-exposição.





O diafragma controla a abertura. Pode-se considerar o funcionamento do diafragma como semelhante ao da pupila do olho — controla o diâmetro efetivo da abertura da objetiva. Ao reduzir-se o tamanho da abertura aumenta-se a profundidade de campo. Este efeito descreve até que ponto objetos que estão mais ou menos perto do plano de foco aparentam estar nítidos. Regra geral, quanto menor for a abertura (maior o valor), maior é a distância do plano de foco a que os objetos podem estar enquanto permanecem nítidos.


Foco: é um ajustamento para dar mais nitidez ao tema que terá mais importância na foto. Temos aqui duas distâncias importantes: Distância focal e profundidade de campo.

Distância focal: A distância focal é, junto com a abertura do diafragma, uma das mais importantes características de uma objetiva. É a partir dela que o fotógrafo define, por exemplo, a maior ou menor aproximação de uma imagem, ou ainda escolhe o campo de visão que deseja trabalhar.

Profundidade de campo: Em óptica, profundidade de campo é um efeito que descreve até que ponto objetos que estão mais ou menos perto do plano de foco aparentam estar nítidos. Regra geral, quanto menor for a abertura do diafragma/íris (maior o valor), para uma mesma distância do objecto fotografado, maior será a distância do plano de foco a que os objetos podem estar enquanto permanecem nítidos. De salientar que só pode existir um ponto focalizado, e a profundidade de campo gera uma impressão de focalização nos elementos contidos em diversos planos.








Aos que acharam interessante este começo de abordagem sobre fotografia e observaram algum ponto complicado, sugiro que não se preocupem, uma vez que, quando começarem a fazer uso destas dicas na prática, verão que não é tão difícil assim.

Importa esclarecer que, para melhor elaboração deste texto - e com o objetivo de ilustrar e enriquecer o assunto - além de arquivo próprio e conhecimento adquirido, me servi de mais informações técnicas colhidas em sites e blogs especializados na web. Tais como
http://blog.fotolia.com/br,   http://www.forumfotografia.net/,   http://www.comunidademirage.com.br/



Na próxima publicação terminaremos a segunda parte referente ao tópico  FOTOGRAFIA.
Agradeço a todos a atenção e, persistindo alguma dúvida, estejam à vontade para perguntar via blog ou por email.

Abraços a todos.


Gilberto

4 comentários:

  1. Gil, as informações sobre a arte de fotografar, da forma como estão sendo colocadas por você, ajudam a gente a ver a fotografia por outro ângulo - a expressão da forma como vemos o mundo... Gostei muito.

    Elzi

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  2. Meu caro amigo, gostei do texto. Muito bem escrito. Vou seguir as aulas, aguardando a promessa de que não é tão difícil assim quando as dicas práticas iniciarem, porque a questão da abertura, tempo de exposição e etc me causam muita confusão. Coloquei seu blog lá na lista do blog Baleias como Gilberto o Fotógrafo Baleias. Grande abraço e parabéns pela iniciativa.

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  3. Passei por aqui, li, aprendi e gostei. Parabéns!

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  4. Parabéns pelo ecelente trabalho...
    Sou de aracaju sergipe.
    trabalho com filmagens, mas amo fotografias.
    forte abraço!
    ajtoni@r7.com

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